Festejos juninos aquecem diversos setores da economia baiana

23-06-2011 16:08

 Uma porção de comidas típicas, uma dose de muito forró e uma pitada de fogos de artifício. Essa é a receita ideal para ter um São João completo, com três ingredientes que são responsáveis por uma intensa movimentação financeira antes, durante e depois dos festejos juninos. O São João contribui para o crescimento do comércio de alimentos, favorece as vendas de fogos de artifício, além de estimular a busca pelo “molejo” ideal para não ficar parado com a tradicional dança nordestina.

“Quando acaba o Carnaval começa a procura pelas aulas”, conta o professor de forró Francisco Cardoso, mais conhecido como Júnior. Atualmente o jovem dançarino ministra aulas para duas turmas em uma academia de Salvador, com aproximadamente 60 pessoas cada. O investimento por aluno é de R$ 60, gerando uma receita mensal de R$ 7.200. “Normalmente, antes do São João, meu grupo costuma ter três turmas, em torno de 180 alunos. Após o período de festas o fluxo diminui um pouco, mas temos turmas durante o ano todo”, relata Júnior.

Além da procura pela dança típica, o universo de comidas tradicionais desse período festivo provoca o aumento nas vendas em supermercados, feiras e padarias. “A canjica é o carro chefe. Tem os bolos de milho, carimã e aipim; o amendoim cozido, arroz doce. Os campeões são a canjica e pamonha”, conta Roberto Adami, gerente de operações de uma delicatessen na capital baiana. Em 2011, a arrecadação do estabelecimento já registrou crescimento de cerca de 20% a mais do que no ano passado.

Para não deixar a tradição de lado, o consumo de fogos de artifício nesse período do ano proporciona o aumento da venda desses produtos. De acordo com o comerciante Eduardo Barreto, dono de uma tradicional loja de fogos de artifício, este ano houve um crescimento de 15% nas vendas e o traque de massa é o principal destaque. “A caixinha custa R$ 0,50, mas a venda é feita com pacotes de 10 caixinhas”, conta Eduardo.

Cerca de 500 pacotes são vendidos diariamente pelo comerciante, o que gera um faturamento de R$ 2.500. A receita de Eduardo no São João pode chegar a até R$ 12 mil por dia, um total de R$ 190 mil durante o período em que a barraca fica montada. Segundo o comerciante, as cerca de 17 barracas que ficam na Avenida Paralela são as únicas legalmente autorizadas a comercializar esse tipo de produto. Tendo como referência esse número, pode-se calcular que a venda de fogos em Salvador movimenta uma receita de R$ 3,2 milhões somente entre os dias 13 e 29 de junho, período no qual os estabelecimentos especializados ficam abertos.

Por: Danutta Rodrigues e Gabriel Gonçalves G1- BA